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4 motivos que levam estudantes a procrastinar os estudos

 

Tempo de leitura: 5 minutos

     Quem nunca deixou aquela tarefa chata ou difícil para fazer depois? E muitas vezes esse depois é, geralmente, próximo ao prazo limite para que a tarefa seja realizada, e aí é aquele desespero… O nome dado a essa atitude é procrastinação, ou seja, o ato de adiar o início ou o término de uma atividade, e acomete pessoas de todas as idades. Porém, nas crianças em idade escolar, isso acaba sendo muito problemático. A procrastinação evidencia-se na criança nesta fase, em atitudes como: não realizar ou enrolar para executar as tarefas escolares, estudar para as avaliações apenas no último momento, enrolar para se arrumar para o colégio, ou até mesmo chegar atrasada, quando ela própria vai sozinha.

     É muito comum vermos crianças que sempre deixam as atividades para o último momento, ou até mesmo deixam de realizá-las, e, muitas vezes, são taxadas como preguiçosas ou irresponsáveis. Porém, são vários os fatores que levam a criança a procrastinar, vão desde o fato da tarefa ser enfadonha, passando pelo nível de dificuldade da atividade, e indo até mesmo a fatores psicológicos, como ansiedade ou baixa autoestima. O pior é que, muitas vezes, a criança acaba experimentando sensações confusas, decorrentes da procrastinação, como culpa, ansiedade, embaraço e sentimento de incapacidade.

     A seguir, apresentaremos a vocês alguns dos motivos que levam as crianças a procrastinarem na hora de realizarem as atividades escolares:

1. Falta de percepção da importância dos estudos

     As crianças não tem a concepção real da necessidade dos estudos, elas sabem que se não se dedicarem os pais ficarão muito bravos, mas muitas vezes não está claro para elas o porquê disso, elas ainda não tem a capacidade de entenderem que o estudo é o que as transformará em cidadãos críticos, com capacidade para ponderar a respeito dos vários dilemas que assolam a sociedade, ou mesmo não compreendem que uma boa educação dará a elas vantagem competitiva no mercado de trabalho. As crianças buscam prazer e diversão imediata, e esse é um dos fatores que as levam a deixar as tarefas para depois. É muito mais interessante, para elas, assistir a um desenho, brincar com algum brinquedo, jogar algum jogo eletrônico, do que dedicar vários minutos a uma atividade, que para ela é enfadonha, tediosa e muitas vezes sem propósito.

     É importante sempre conversar com a criança e dar a ela motivos para que queira buscar o conhecimento, não precisa ser uma explicação complexa sobre o futuro, mas também não pode ser nada raso como “tem que estudar para passar de ano”. Você pode mostrar a ela, sempre que possível, que todas as coisas que ela mais gosta foram criadas ou aprimoradas por alguém que estudou muito para tal feito. Por exemplo, se ela adora desenhos, mostre a ela que o processo de criação de um desenho envolve diversos conhecimentos diferentes, e para que ele fosse criado, demandou muito estudo e dedicação.

2. Atividades com nível de dificuldade inadequado.

        Quando o nível de dificuldade de uma determinada atividade é superior ou inferior às habilidades adquiridas pela criança até aquele momento, isso pode gerar um grande desestímulo, e, consequentemente, levar a procrastinação. No primeiro caso, quando as atividades são demasiadamente difíceis, a criança se sentirá desestimulada e até mesmo incapaz. Já no segundo, as atividades muito fáceis não representam nenhum desafio para a criança, tornando-se enfadonhas e tediosas.

     Acompanhe as atividades de sua criança e se perceber que estão inapropriadas para seu nível de conhecimento faça as adaptações necessárias, ou a auxilie a encontrar novas formas de realizar aquela tarefa. Para uma atividade muito fácil, pense em formas de explorar o conteúdo mais a fundo, estimule a criança a pensar além daquilo que já foi ensinado, e nas difíceis, tente entender qual é a dificuldade da criança e ajude-a na compreensão da matéria.

3. Insegurança e baixa autoestima

     Outro fator que leva a criança ao ato de procrastinar é a percepção que ela tem de si própria, a insegurança e o receio de falhar ou o pavor de avaliações e julgamentos a levam a desistir, muitas vezes, sem nem tentar. A baixa autoestima pode levar alguém a acreditar que não merece atingir o sucesso e então o subconsciente cria estratégias de auto sabotagem para impedir que o sucesso de fato seja alcançado.

     Observar o comportamento da criança é muito importante para identificar, o quanto antes, se este é o caso. Será preciso muita conversa e paciência para que ela se sinta segura e aceita. É importante que a criança se sinta capaz, que perceba que ela merece o sucesso e que ele virá se ela se esforçar. Em alguns casos mais complexos, ela pode até mesmo precisar de ajuda profissional para conseguir se livrar das crenças que limitam seu potencial.

4. Falta de rotina.

     A desorganização e falta de rotina também favorecem a procrastinação. Quando a criança não tem seus horários claramente estabelecidos, se sentirá fortemente tentada a deixar a realização das tarefas para depois. A falta de gerenciamento de tempo ou de técnicas de estudo, pode torná-lo muito cansativo e pouco eficiente.

     Uma boa dica é fracionar o conteúdo escolar em pequenos tópicos e montar um cronograma de estudos com datas e horários. Mas é preciso ter bom senso, não adianta querer que a criança passe horas estudando, porque isso poderá piorar a situação. Reserve um horário adequado ao ano escolar e lembre-se de reservar tempo para as brincadeiras também.

    Quando a criança descobre que o processo de aprendizagem pode ser leve e prazeroso, ela vai entendendo os inúmeros benefícios que o estudo pode trazer para a sua vida, e, com isso, tende a parar de procrastinar.

 

Ludmila dos Santos - Pedagoga
Ludmila dos Santos – Pedagoga