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Ter filhos independentes e com iniciativa é o sonho de muitos pais. Principalmente nos dias de hoje, quando temos de desempenhar inúmeras atividades, conciliar horários, rotinas, e poder principalmente passar um tempo de qualidade com nossos filhos. Não sei se com você é assim, mas ver os filhos crescerem de forma sadia, desenvolvendo suas potencialidades e se preparando bem para a vida, é o grande desejo da maioria dos pais.
Mas, a autonomia abrange vários aspectos da vida, a partir daí surgem os questionamentos. Como formar filhos autônomos? Por que a autonomia é tão buscada e valorizada? Meu filho é autônomo ou heterônomo? Vamos esclarecer esses e outros aspectos e dar dicas de como estimular a autonomia no seu filho.
Autonomia
A palavra autonomia vem do grego e significa aptidão ou competência de gerir sua própria vida, valendo-se de seus próprios meios e/ou princípios. A autonomia é um processo de iniciativa pessoal e se desenvolve de acordo com o ambiente em que o indivíduo está inserido. De acordo com Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia, o conceito de autonomia é compreendido como um processo resultante do desenvolvimento humano, que se relaciona ao fato dele tornar-se capaz de resolver questões por si mesmo, de tomar decisões sempre de maneira consciente e pronto para assumir uma maior responsabilidade e arcar com as consequências de seus atos.
O desenvolvimento da autonomia varia de acordo com o meio em que cada um está inserido, a forma como interage com as pessoas e as regras e os costumes aprendidos, em um primeiro momento, no âmbito familiar. As primeiras noções de autonomia acontecem na família, e conforme a criança cresce eles são aprimorados e se consolidam.
Heteronomia X Autonomia
A criança desde do nascimento, inicia o desenvolvimento da sua autonomia. A medida que ela vai se constituindo, o seu comportamento é influenciado pelos pais, tornando-a emancipada ou dependente.
Uma criança heterômona é aquela que depende totalmente do outro para tomar decisões e fazer escolhas. Não desenvolve o senso crítico e muitas vezes é tímida e insegura. Esse comportamento torna trivialidades do dia a dia, como escolher uma roupa ou um lanche na padaria, situações extremamente difíceis, criando uma interdependência, que não é nada sadia, nem para os pais e nem para os filhos.
O incentivo a autonomia não pode ser confundido com negligência. Por mais autônomo que seja o seu filho, ele necessita de assistência e do seu apoio. Essa necessidade varia de acordo com cada criança, dependendo de fatores como idade e o tipo de tarefa a ser executada.
Vamos aos 5 passos para estimular a autonomia
Os estímulos para a autonomia devem estar presentes em vários momentos do dia a dia e distribuídos de forma a abranger vários aspectos da vida do seu filho. As tarefas devem ser delegadas observando a idade e os limites, é preciso estar atento ao nível de dificuldade e os perigos envolvidos, como por exemplo, a manipulação de objetos cortantes. Essas atividades demandam a presença e supervisão de um adulto.
Os estímulos para a construção da autonomia podem ser inseridos em vários momentos, de forma gradual e supervisionada. As responsabilidades delegadas devem se adequar, em quantidade e intensidade, de acordo com o desenvolvimento da autonomia. A princípio pode parecer um desafio, mas com o tempo, os ganhos são recompensadores. Selecionamos 5 passos para incentivar comportamentos autônomos no seu filho:
1 – Refeições
Busque sempre incentivar a independência do seu filho durante as refeições. Comer sozinho, preparar seu próprio prato, ajudar a colocar a mesa, auxiliar nas preparações, dar sugestões na escolha do cardápio do dia, são fatores promotores da autonomia e dos bons hábitos.
2 – Vestimenta
Tomar decisões, conhecer-se, analisar possibilidades, fazer combinações, são habilidades trabalhadas em uma simples troca de roupas. Saber se vestir, amarrar os sapatos, localizar as roupas no armário, guardar e organizar as roupas são atitudes que devem ser incentivadas desde cedo.
3 – Higiene
Seu filho necessita desenvolver também, responsabilidades quanto a higiene pessoal. Tomar banho sozinho, escovar os próprios dentes, se pentear, se limpar. A criança deve saber da sua rotina. Ao se cuidar sozinho, ele se sente importante e capaz ao conseguir realizar mais tarefas de forma autônoma.
4 – Tarefas domésticas
A execução de tarefas domésticas simples como organizar o quarto ou cuidar de um animal de estimação, podem ser delegadas ao seu filho ainda bem pequeno. Isso gera uma noção de responsabilidade e cooperação, levando a criança a perceber as necessidades do ambiente a sua volta. A medida que ele for crescendo é importante também se comprometer com demais tarefas domésticas.
A criança se sente importante ao colaborar com a família. Valorize sua contribuição, incentivando e solicitando sua ajuda.
5 – Estudos
Organizar a mochila, ter iniciativa de fazer o dever de casa, estudar, seguir os horários, organizar o material escolar devem as principais tarefas do seu filho. Incentivar a autonomia com os estudos é primordial, pois na escola esse aspecto é cobrado e indispensável para o bom desempenho acadêmico, atual e futuro.
Não se esqueça que o comportamento que a criança tem na escola ou em qualquer outro lugar é o reflexo dos hábitos que se tem em casa. Não dá para exigirmos que a criança tenha autonomia e responsabilidade com os estudos em sala de aula, por exemplo, se em casa ela não tem os estímulos adequados para desenvolver estas habilidades.
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Até a próxima!