Há alguns anos, o tema Neurodiversidade ou Neurodiverso vem sendo utilizado. Vamos refletir sobre a origem do termo?
Apesar do termo ter sido criado em 1998, pela socióloga australiana Judy Singer, foram nos últimos anos que seu conceito e terminologia foi sendo mais difundido no Brasil. O termo foi mais propagado, com a força das redes sociais, que vêm discutindo, através de páginas de profissionais especializados, conceitos sobre o termo e a importância de se informar sobre.
Judy Simger se aprofundou em estudos sobre pessoas com deficiência e se envolveu na causa, em especial quando recebeu o diagnóstico de sua filha que estava no TEA (Transtorno do Espectro Autista). Em 2016 publicou um livro sobre Neurodiversidade.
Qual a definição do termo?
O termo Neurodiversidade é um conceito que define que as pessoas possuem um funcionamento neurocognitivo diferente, diverso. Ele engloba as variações naturais do cérebro humano e as particularidades que cada indivíduo pode apresentar, em relação à aprendizagem, socialização, humor, atenção, dentre outras funções cognitivas.
O conceito defende que estas diferenças, não devem ser vistas como uma doença, e sim como variações consideradas normais para a espécie humana.
Sujeitos neurotípicos, possuem um funcionamento cognitivo típico, dentro da média esperada pela sociedade
Sujeitos neurodivergentes apresentam um funcionamento cognitivo atípico, ou seja, fora da média esperada pela sociedade.
Quem são as pessoas consideradas Neurodivergentes?
Hoje, temos um percentual entre 15% e 20% da população neurodiversa, segundo estudos da Universidade de Stanford.
Pessoas com diagnósticos de TEA, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), Dislexia, Síndrome de Tourette, são exemplos de indivíduos considerados neurodivergentes.
Diagnósticos
Diagnósticos para diversos destes transtornos, ainda não são fáceis de serem concluídos e nem acessados. Isso porque, na maioria das vezes, ele se conclui de forma multidisciplinar, com profissionais diversos como: neurologista, psiquiatra, psicólogo, neuropsicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, dentre outros. O acesso, muitas vezes, a um acompanhamento multidisciplinar é inviável financeiramente para boa parte da população.
Além disso, encontramos ainda profissionais despreparados para atuar em um raciocínio clínico que chegue nos diagnósticos. Muitos Transtornos têm sintomas parecidos, e é necessária cautela e muito estudo para diferenciá-los e chegar em um diagnóstico conclusivo e assertivo.
Conscientização e respeito
Por um lado, temos muito a comemorar, pois a informação tem sido cada vez mais acessível, o que permite que as pessoas aumentem o seu autoconhecimento e busquem ajuda profissional. Por outro lado, apesar da conscientização da sociedade também ter evoluído, ainda são frequentes os casos de preconceito e discriminação com pessoas neurodiversas, entendendo-as como doentes ou incapazes.
A inserção destas pessoas no mercado de trabalho, é um desafio importante a ser vencido. Nos últimos anos, empresas grandes já têm criado departamentos e comitês de diversidade, que objetiva incluir pessoas diferentes nas organizações. Porém, o desafio ainda é longo para pessoas neurodiversas, pois ainda existe o estigma de uma limitação cognitiva para os neurodivergentes, o que nem sempre corresponde a realidade.
O que estudos sobre Neurodiversidade nos mostra, é que pessoas neurodivergentes possuem diferenças em seu desempenho cognitivo, e isso é uma condição, e não uma doença. Aprofundar no conceito é importante para reduzir o preconceito e aumentar a aceitação destas pessoas.
Vale enfatizar que a neurodiversidade não necessita de cura. Ela demanda conhecimento para entendê-la como uma característica, e não como uma limitação. Isso não significa que pessoas neurodivergentes não devem buscar intervenções profissionais, pelo contrário, é importante conhecer suas condições cognitivas para aprimorar hábitos e comportamentos, sempre que necessário.
A Evoluir abraça e estuda a causa. Somos especialistas em atendimentos clínicos de Psicologia e Psicopedagogia, atendendo todos os diagnósticos de Neurodivergência. Visite nossas redes sociais e faça um contato conosco, será um prazer lhe atender!