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A superdotação (ou superdotação intelectual) e o autismo (TEA) são duas condições distintas que são, às vezes, confundíveis, mas é possível que uma pessoa apresente ambas. Vamos primeiro explicar o que cada condição significa.
Autismo (TEA)
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, interação social e comportamento, podendo variar o grau de suporte. Suas características comuns incluem dificuldades na comunicação, padrões repetitivos de comportamento, interesses restritos e desafios nas interações sociais.
Veja também: O que é TEA?
Superdotação (AH/SD)
Refere-se a habilidades intelectuais excepcionais em comparação com a média da população, envolvendo alta criatividade, raciocínio lógico, aprendizado acelerado e habilidades excepcionais em áreas específicas do conhecimento. A identificação geralmente ocorre por meio de testes de inteligência e observação do desempenho em diversas áreas.
Além disso, uma pessoa com AH/SD tende a sempre ousar, experimentar mais daquela área específica. Isso porque é uma atividade prazerosa para ela e, com isso, ela tende a se fechar cada vez mais naquele universo.
É sempre importante lembrar que o indivíduo com AH/SD pode precisar de auxílio para desenvolver habilidades sociais. Isso porque, seja pelo destaque na escola ou por outros motivos, ele tende a ser excluído pelos demais. Também vale a pena incentivar o interesse em outras áreas do conhecimento e em atividades que auxiliem a socialização.
Veja também: Superdotado ou bom nos estudos?
Todo autista tem altas habilidades?
Esse é um dos mitos mais difundidos sobre as pessoas autistas do nível 1 de suporte, que têm a comunicação e a autonomia mais desenvolvidas. Essa associação entre o TEA e as altas habilidades acontece, muitas vezes, porque as pessoas confundem o hiperfoco do autista com a superdotação.
O fato do autista ter um interesse específico, que ele se esforça para aprender e mergulhar cada vez mais nesse universo, não significa necessariamente que ele tem superdotação. É importante observar como ele absorve conhecimentos de áreas correlacionadas e se desenvolve “naturalmente” dentro daquele interesse, sem passar horas e horas imerso naquilo.
Por isso, é importante combater a esse estereótipo, uma vez que apenas 3% dos autistas apresentam habilidades extraordinárias.
Superdotados são geralmente autistas?
Não necessariamente. Pessoas com altas habilidades podem ser autistas, mas isso não é uma regra, pois são duas condições distintas que podem ocorrer separadamente ou em conjunto.
Como é feito o diagnóstico de superdotação e de autismo?
O diagnóstico de superdotação e autismo é realizado por profissionais de saúde qualificados, como psicólogos, psiquiatras, pediatras e neuropediatras, e geralmente envolve uma avaliação abrangente e multidisciplinar. Aqui estão algumas informações sobre como é feito o diagnóstico de cada condição:
Diagnóstico de Superdotação:
- Avaliação Psicológica: Envolve testes de inteligência e habilidades específicas realizados por um psicólogo qualificado. Testes como o WISC (Escala de Inteligência Wechsler para Crianças) ou o WAIS (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos) podem ser usados para medir o quociente de inteligência (QI) e identificar áreas de talento excepcional.
- Observação e Entrevistas: Os profissionais podem entrevistar pais, professores e o próprio indivíduo para entender seu histórico de desenvolvimento, desempenho acadêmico e interesses.
- Avaliação Educacional: Uma análise do desempenho acadêmico e comportamental do indivíduo na escola, bem como sua capacidade de se destacar em áreas específicas.
Diagnóstico de Autismo:
- Avaliação Clínica: Um profissional de saúde, como um psiquiatra, neuropediatra ou psicólogo clínico, conduz uma avaliação clínica detalhada, que pode incluir observação direta do comportamento e interação social do indivíduo.
- Histórico Médico e Desenvolvimental: Os profissionais revisam o histórico médico e desenvolvimental do paciente, incluindo marcos do desenvolvimento, comportamento e padrões de comunicação desde a infância.
- Critérios Diagnósticos: O diagnóstico de autismo é baseado nos critérios estabelecidos no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), que incluem déficits persistentes na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento.
- Avaliação Multidisciplinar: Muitas vezes, é necessária uma abordagem multidisciplinar, envolvendo diferentes profissionais de saúde, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e educadores, para uma avaliação completa do funcionamento do indivíduo.
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