A terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é uma abordagem baseada em evidências científicas, amplamente utilizada no acompanhamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições do desenvolvimento. Seu principal diferencial é a personalização: cada plano terapêutico é construído de acordo com as necessidades reais da criança e da sua família.
Mas afinal, como são definidos os objetivos dentro da terapia ABA? Essa é uma dúvida comum de muitos pais e responsáveis que chegam até nós em busca de orientação. A seguir, vamos explicar de forma clara cada etapa desse processo tão importante.
1. Escolha do protocolo de avaliação
O primeiro passo na definição de objetivos é a escolha do protocolo de avaliação mais adequado à realidade da criança e da família. Existem diferentes instrumentos reconhecidos internacionalmente como padrão ouro, entre eles:
- VBMAPP (Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program)
- ABLLS-R (Assessment of Basic Language and Learning Skills)
- Vineland Adaptive Behavior Scales, entre outros.
Essas ferramentas nos ajudam a identificar com precisão o que a criança já sabe e quais habilidades precisam ser desenvolvidas. É um momento de escuta e acolhimento, em que buscamos entender não apenas os comportamentos da criança, mas também a dinâmica familiar e as prioridades de quem convive diariamente com ela.

2. Análise funcional e personalização do plano
Após a coleta de informações, realizamos uma análise funcional do comportamento. Esse processo nos permite compreender o motivo de determinados comportamentos, identificando seus antecedentes e consequências.
Com base nisso, construímos um plano de intervenção individualizado, que inclui:
- Metas específicas e mensuráveis, para que os avanços possam ser acompanhados ao longo do tempo.
- Registro contínuo de dados, garantindo que cada progresso seja monitorado e que os ajustes necessários sejam feitos de forma precisa.
- Estratégias personalizadas, alinhadas às características, motivações e necessidades da criança.
Esse cuidado torna a terapia ABA muito mais efetiva, pois evita objetivos genéricos e direciona o trabalho para resultados concretos.
3. As três perguntas fundamentais:
Na hora de definir um objetivo, não basta apenas que ele seja cientificamente válido. É preciso considerar o contexto e a realidade de cada família. Por isso, sempre nos guiamos por três perguntas-chave:
- Esse objetivo faz sentido para a família e para o dia a dia da criança?
Não adianta propor habilidades que não terão aplicabilidade prática na rotina. O foco é sempre na funcionalidade, ou seja, no que vai realmente melhorar a qualidade de vida da criança e da sua família. - A criança tem os pré-requisitos necessários para alcançar esse objetivo?
Se ainda não, o plano é adaptado para que esses pré-requisitos sejam adquiridos de forma gradual. A terapia ABA funciona como uma escada: cada degrau precisa ser respeitado, garantindo que a criança avance com segurança e motivação. - Como será o plano de ação para alcançar esse objetivo?
Aqui, definimos estratégias específicas de intervenção. O objetivo é introduzido de maneira estruturada, mas sempre respeitando o ritmo da criança, para que ela se sinta engajada e confiante ao longo do processo.
4. O papel da família no processo
Um dos pilares da terapia ABA é a parceria com a família. Os pais e responsáveis são convidados a participar ativamente do processo. Afinal, grande parte da aprendizagem acontece no dia a dia: em casa, na escola, em interações sociais.
Quando os familiares compreendem os objetivos e recebem orientações práticas, os ganhos se tornam muito mais significativos. Além disso, a participação ativa fortalece o vínculo entre terapeuta, criança e família, criando um ambiente de confiança e cooperação.

5. Resultados construídos passo a passo
Os objetivos na terapia ABA não são definidos de forma aleatória. Eles seguem uma lógica de progressão, respeitando o tempo de cada criança. Pequenas conquistas são celebradas como parte de um caminho maior.
Esse processo garante que os resultados sejam não apenas alcançados, mas também mantidos e generalizados para diferentes contextos da vida da criança. É isso que torna a terapia ABA tão transformadora: cada passo, por menor que pareça, contribui para avanços significativos no desenvolvimento e na autonomia.
Definir objetivos na terapia ABA é um processo estruturado, mas ao mesmo tempo sensível e humano. Ele combina protocolos validados cientificamente com uma escuta ativa da família e uma adaptação constante às necessidades da criança.
Veja também: ABA quer normalizar a criança autista?
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