COMO COLOCAR LIMITES NO FILHO

Como impor limites, sem recorrer ao autoritarismo? 4 dicas para nos auxiliar nesse processo

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Impor limites e estabelecer regras é essencial para que nossos filhos se tornem adultos responsáveis, respeitosos e com recursos emocionais para solucionar os seus próprios problemas. E é nossa função, enquanto pais, guiá-los em busca de sua autonomia.

Até alguns anos atrás, a criação das crianças era pautada no autoritarismo e suas necessidades emocionais, raramente eram levadas em consideração. E nos últimos anos, alguns pais vêm exercendo uma educação extremamente permissiva. Muitas vezes eles estão imersos em suas responsabilidades profissionais e acabam negligenciando os filhos e tentam compensar a falta de tempo com permissões excessivas.

O ideal é atingir o equilíbrio entre autoritarismo e permissividade, para que a criança comece a se enxergar como um ser responsável por suas escolhas, e adquira, o quanto antes, a habilidade de solucionar seus problemas por ela mesma.

Ultrapassar os limites e desafiar nossa paciência, faz parte do processo de amadurecimento e aprendizagem das crianças. É natural que muitas vezes percamos a calma, principalmente quando estamos cansados, e acabamos recorrendo aos gritos, castigos e punições para educá-las.

No entanto, é possível estabelecer limites firmes, com respeito e empatia, sem recorrer exclusivamente a punição. Ao invés de ficarmos o tempo todo dizendo aos nossos filhos o que nós não queremos que eles façam, podemos direcioná-los para aquilo que queremos que seja feito.

Recorrer ao castigo parece mais fácil, porque seus efeitos são aparentemente imediatos, mas a criança só irá parar de fazer o que é errado por medo das represálias, e não por compreender que aquilo é de fato errado. A longo prazo, se a imposição de limites for baseada no diálogo, você estará ensinando seu filho a ponderar e fazer o certo porque é a melhor escolha e não porque será punido.

A disciplina pautada na empatia, num primeiro momento, parece cansativa, mas assim que o processo for concluído, acabamos nos sentindo mais próximos e conectados aos nossos pequenos.

Abaixo, quatro dicas para tornar a imposição de limites um pouco mais fácil:

 

1. Mantenha o tom de voz firme, porém gentil.

A criança precisa entender que o adulto está no controle da situação, então mantenha o autocontrole. As ordens não precisam ser ditas de forma rude, muito menos aos gritos. A criança receberá o comando de forma mais positiva se ele for transmitido de forma gentil, porém com firmeza.

2. Mantenha-se firme no limite estabelecido.

É natural que a criança tente desobedecer sua ordem, e é importante deixar claro que o limite que você estabeleceu não será ultrapassado. Mantenha sua postura firme e calma. Use a linguagem corporal caso seja necessário, criando bloqueios físicos.

Imagine que uma criança queira jogar bola dentro de casa, sendo que você já proibiu tal atitude. Lembre-a de que ali não é o local para isso e caso ela insista em continuar, retire a bola do seu alcance. Tenha cuidado para não se exceder, lembre-se de manter o controle. É importante lembrarmos de quão fundamental é cumprir o que prometeu. Se prometeu, por exemplo, que não vai deixa-lo sair de casa até que termine a tarefa da escola, cumpra. Quando não cumprimos o que prometemos estamos ensinando pelo exemplo que não é tão importante assim agirmos de forma coerente, além de transmitirmos a ideia que, de algum modo, as vontades e desejos dele poderão sempre prevalecer.

3. Escute com empatia.

Após receber alguma proibição, é comum a criança se sentir injustiçada e querer protestar. É importante que a gente permita que ela  desabafe, contando que apresente seus argumentos com respeito. Escute, empaticamente, todas as suas objeções e a acolha. Diga que você a entende, mas que também tem seus motivos para ter dado aquela ordem. Explique para a criança o porquê da proibição. Muitas vezes, quando estabelecemos um limite, para nós o motivo está muito claro, mas para nossos filhos nem tanto.

4. Ofereça alternativas.

Vocês podem pensar juntos em alguma forma de resolver o problema. Quando a criança pode fazer alguma escolha ela se sente respeitada e valorizada. É importante que ela entenda que apesar de haverem opções, extrapolar o limite não é uma delas.

Retomando o exemplo da bola, você pode oferecer a ela a opção de jogar do lado de fora, ou mesmo combinar algum dia para irem a um parque onde a criança possa realizar essa atividade.

 

Espero que estas dicas ajudem a tornar os momentos de disciplina mais produtivos, criando conexões sólidas entre pais e filhos. Nos vemos no próximo post.

Ludmila dos Santos - Pedagoga
Ludmila dos Santos – Pedagoga e mãe do Arthur, de 9 anos.