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Falhas na memória? O que pode atrapalhar e estimular sua memória!

Frequentemente ouvimos as pessoas se queixarem que tem uma péssima memória, que não se recordam de datas importantes, que têm dificuldade em gravar os nomes das pessoas, que esquecem frequentemente compromissos importantes, etc.

Já aconteceu com você? Pois bem, vamos falar um pouco sobre o funcionamento da memória, sobre o que pode causar tantos esquecimentos e, como ela, a memória, pode ser trabalhada e melhorada.

Conceituando

Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações, conceitos, dados, sensações, etc.

Poderíamos, tecnicamente, falar do conceito de memória explícita, implícita, declarativa e não declarativa, memória imediata, de curto prazo ou de longo prazo, mas o objetivo não é tornar este artigo técnico demais, e sim, informar, de forma clara e objetiva, sobre o funcionamento da memória e como podemos aprimorá-la.

O que pode causar falhas na memória?

Existem comprometimentos mais severos em relação a memória que podem ser de origem biológica ou podem estar relacionadas a alguma patologia, tais como o Alzheimer, amnésia e outros. Nestes casos, é necessária uma avaliação profissional para um correto diagnóstico e tratamento.

Diferente dos casos patológicos, onde há perda de uma capacidade, esquecimentos são acontecimentos muito comuns, que em maior ou menor grau acometem todos os indivíduos. Muitas pessoas relatam perda de memória com o passar dos anos, outras acreditam que novos conhecimentos interferem na dificuldade em memorizar fatos mais antigos… O fato é que estes e outros diferentes motivos interferem no bom funcionamento da nossa memória. Citaremos aqui, alguns destes fatores, que servirão para que você, além de compreender, estimule sua memória.

  • Atenção e memória

Não é possível resgatar uma informação se ela não foi devidamente arquivada em nossa memória. Para retermos uma informação ou conhecimento é necessário que a nossa atenção esteja votada para aquilo. Sem a atenção não é possível guardar um fato/ informação. E se não guardá-lo, não há como recuperá-lo depois.

Por isso, pessoas com o nível atencional comprometido, podem ser taxadas ou rotuladas com dificuldade em memorizar, mas é inicialmente preciso entender se a informação/ conhecimento foi adquirido. Se não foi adquirido/ aprendido, não estará armazenado na memória,consequentemente não se conseguirá se lembrar.

  • Emoções e memória

Já percebeu que alguns fatos são tão marcantes que se tornam inesquecíveis? Acontecimentos que vivenciamos com uma grande carga de alerta emocional tornam-se mais fáceis de serem recordados: nosso casamento, nascimento de um filho, falecimento de um ente querido…

A relação entre emoções e memória é objeto de estudos e teses de muitos estudiosos e pesquisadores da área. As emoções, assim como o estresse, a ansiedade e o humor, impactam diretamente na capacidade de memorização. Em uma sala de aula, por exemplo, um aluno com alta carga de estresse e ansiedade pode ter sua capacidade em aprender e sua memória comprometidas, assim como um aluno entusiasmado e motivado apresentará maior probabilidade em aprender e reter aquele conhecimento.

Sendo assim, é muito importante que ao aprender, sejam associadas técnicas e metodologias pelos professores que envolvam, motivem e signifiquem aquele aprendizado.

  • Organização e memória

A organização é um princípio importante para quem tem dificuldades em se lembrar de compromissos, datas importantes, afazeres, etc. Não dá para confiar exclusivamente que o nosso cérebro vai dar conta de tudo. Experimente usar, com disciplina, agendas, cadernos, calendários (todos estes podem ser físicos ou eletrônicos) e anote exatamente tudo que você deve se lembrar de fazer. Muitas vezes, pelo hábito de registrar uma tarefa, você vai perceber que se lembrará de um afazer de forma mais automática, sem precisar, muitas vezes, recorrer à anotação. E isso ocorre porque quanto mais temos contato com uma determinada informação, mais facilmente ela será resgatada em nossa memória.

Treinos para memória

A ótima notícia é que o nosso cérebro não é estático, e a memória, assim como outras funções cognitivas, podem ser treinadas e aprimoradas. A Plasticidade Neural refere-se à capacidade que o Sistema Nervoso Central possui em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em respostas às alterações do ambiente. As diferenças de memória entre as pessoas estão, muitas vezes, mais relacionadas com seu exercício e prática do que com uma capacidade biológica propriamente dita.

A premissa primordial para elaborar um treino de memória é o de exercitar o cérebro, desafiá-lo e tirá-lo da “zona de conforto”. Alguns exercícios que podem favorecer sua memória: Montar quebra-cabeças, jogo dos 7 erros, Caça palavras, Dominó, Sudoku, ler, fazer cálculos mentais…

Você já ouviu falar em Neuróbica? Conhecida como Ginástica para o cérebro, a Neuróbica busca estimular os cinco sentidos, fazendo com que o indivíduo preste mais atenção nas suas ações rotineiras, favorecendo o ganho das capacidades de atenção e memória. Não se trata de acrescentar novas atividades ou exercícios à rotina, e sim fazer de forma diferente o que é realizado diariamente. Exemplo: Tomar banho  à noite no escuro, escrever com a mão não dominante, lavar a louça com os olhos fechados ou usar o relógio de pulso no outro braço, são alguns exemplos. O objetivo da técnica é tirar seu cérebro do modo “piloto automático” e dar a ele estímulos e desafios. Experimente, esta técnica tem resultados comprovados por alguns estudos e pode lhe beneficiar muito!

Espero que as informações e dicas aqui compartilhadas lhe sejam proveitosas. Um abraço e até o próximo post!

Vanessa Barcelos
Psicopedagoga