Influência nas mídias na imagem corporal

Influência nas mídias na imagem corporal

Nós sabemos que a cada dia que passa as crianças e adolescentes usam mais as mídias sociais. Como consequência disso, as taxas de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e comportamento suicida, vem aumentando entre os mais novos.

Isso acontece porque a exposição a padrões de beleza, na maioria das vezes inalcançável, são parte dos gatilhos que levam crianças e adolescentes a demonstrarem insatisfação com seus corpos, ainda que apresentem o peso ideal.

As crianças e adolescentes de hoje crescem em um mundo inundado pelas mídias de massa (redes sociais, televisão, filmes, vídeos, outdoors, revistas e jornais).

Estatísticas espantosas revelam que, em média, uma criança ou adolescente assiste a até 5 horas de televisão por dia e gasta em média de 6 a 7 horas vendo as diversas mídias combinadas. Esses padrões culturais podem explicar, em parte, por que muitos adolescentes estão preocupados com seus corpos e insatisfeitos com sua imagem corporal, e estão dispostos a tentar uma variedade de práticas perigosas de perda de peso em sua busca pelo corpo perfeito.

O excesso de preocupação com a imagem corporal, a boa forma e a baixa autoestima podem acender o alerta para distúrbios alimentares. Os mais afetados são adolescentes entre 13 e 17 anos.

Quais distúrbios alimentares estão relacionados com a insatisfação corporal?

Anorexia nervosa

É um distúrbio alimentar caracterizado pela preocupação exagerada com o peso corporal, que pode provocar problemas psiquiátricos graves. A pessoa se olha no espelho e, embora extremamente magra, se vê obesa. Com medo de engordar, exagera na atividade física, jejua, vomita, toma laxantes e diuréticos.

É um transtorno que se manifesta principalmente em mulheres jovens, embora sua incidência esteja aumentando também em homens. Às vezes, os pacientes anoréticos chegam rapidamente à caquexia, um grau extremo da desnutrição.

Bulimia nervosa

Na bulimia nervosa, o paciente tem excessos de compulsão alimentar, ingerindo muitos alimentos de uma só vez e geralmente optando por escolhas com uma carga enorme de calorias. Em seguida, se sente culpado pelo episódio de compulsão alimentar e tenta eliminar aquilo que comeu por meio de vômitos ou induzindo diarreias.

Diferentemente da anorexia, na bulimia nervosa o paciente não fica desnutrido ou excessivamente magro, o que pode tornar difícil para seus amigos e familiares notarem a condição para incentivá-lo a buscar ajuda. Nessa condição, o emagrecimento não é tão aparente e os episódios de eliminação daquilo que foi consumido costumam ser encarados em segredo.

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica é um dos distúrbios alimentares mais comuns e é frequentemente observado em pacientes adolescentes.

Indivíduos com esse transtorno podem apresentar sintomas semelhantes aos da bulimia nervosa ou do subtipo de anorexia compulsiva. Eles comem, sem controle, abundantemente e em um curto espaço de tempo. Porém, diferentemente da bulimia, as pessoas diagnosticadas com TCAP não compensam sua alimentação excessiva vomitando ou se exercitando em excesso.

É como se os episódios de compulsão estejam relacionados a sentimentos de culpa, vergonha ou nojo, porém o paciente se vê envolvido em uma relação de dependência com a comida.

Como os pais podem ajudar seus filhos a manter uma imagem corporal positiva mesmo tendo contato com as mídias?

Como vimos, existe uma forte correlação entre o tempo gasto nas mídias sociais, conflitos emocionais, imagem corporal negativa e alimentação desordenada. Pais ou responsáveis têm um papel muito importante quando o assunto é a preocupação com a imagem corporal de seus filhos.

Uma das coisas mais importantes é levá-los a pensar criticamente sobre as imagens que veem. Há um estudo muito famoso em que meninas e meninos foram convidados a avaliar como se sentiam sobre si mesmos. Em seguida, eles foram convidados a olhar para revistas e avaliar como eles se sentem e todos se sentiram pior.

Peça que seu filho pense criticamente sobre imagens que observa de pessoas online. Explique para ele que a maioria dessas imagens veiculadas nas mídias são editadas e possuem filtros, criando um mundo de fantasia distorcido.

Lembre-os que cada um tem sua própria beleza e que é importante ser sempre você mesmo. Mantenha-se positivo e ajude-o a entender que todos são diferentes. E o mais importantes! Procure ajuda de profissionais capacitados para ajudar a lidar com os transtornos, como psicólogos, nutricionistas e médicos especializados.