hiperfoco

O que realmente é hiperfoco e quem pode ter

O termo hiperfoco tem se popularizado nos últimos anos, especialmente em discussões sobre TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e autismo. No entanto, junto com a popularidade, surgiram também alguns equívocos sobre o que ele realmente significa e em quais contextos aparece.

Neste artigo, vamos esclarecer o conceito, explicar o que a ciência diz sobre ele e mostrar que, embora o hiperfoco esteja mais presente em alguns perfis, não é exclusivo de uma única condição.

O que é hiperfoco?

O hiperfoco é um estado de concentração intensa e sustentada em uma atividade ou interesse específico. Nesse estado, a pessoa pode ficar totalmente imersa no que está fazendo, a ponto de perder a noção do tempo e deixar de perceber estímulos externos.

Não se trata apenas de “gostar muito de algo” ou “estar muito concentrado”. O hiperfoco é caracterizado por:

  • Atenção extremamente direcionada a uma única tarefa.
  • Dificuldade em interromper a atividade, mesmo quando necessário.
  • Redução da percepção de outros estímulos, como sons, conversas ou necessidades físicas.
  • Alta produtividade ou desempenho naquela tarefa específica.

Em outras palavras, enquanto a atenção comum pode ser dividida ou alternada, no hiperfoco ela é canalizada de forma quase total para um único ponto.

Hiperfoco não é sempre positivo

Muitas vezes, o hiperfoco é visto como uma habilidade vantajosa, pois pode gerar resultados impressionantes. Entretanto, ele também pode trazer desafios.

Quando a atenção fica tão concentrada que outras demandas são ignoradas, pode haver impacto em responsabilidades diárias, relacionamentos e autocuidado. Por exemplo:

  • Passar horas trabalhando sem perceber que esqueceu de se alimentar.
  • Focar em um detalhe de um projeto e atrasar o restante das tarefas.
  • Ter dificuldade em mudar de foco, mesmo diante de prioridades urgentes.

Portanto, o hiperfoco é um fenômeno que pode ter aspectos positivos e negativos, dependendo de como é gerenciado.

Quem pode ter hiperfoco?

O hiperfoco é frequentemente associado a condições como:

  • TDAH – Embora o TDAH seja caracterizado por dificuldades de atenção, pesquisas mostram que muitas pessoas com o transtorno alternam períodos de distração com momentos de hiperconcentração em atividades de interesse.
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA) – Indivíduos no espectro podem apresentar hiperfoco em temas ou atividades específicas, especialmente quando estão relacionados a seus interesses restritos.
  • Altas habilidades/superdotação – Pessoas com alto desempenho intelectual podem mergulhar profundamente em temas de interesse, com grande dedicação e profundidade.

Veja também: Superdotação e autismo

No entanto, é importante reforçar que o hiperfoco não é exclusivo de quem possui diagnósticos clínicos. Pessoas sem nenhuma condição neurodivergente também podem experimentar esse estado em situações pontuais, especialmente quando realizam algo que desperta grande motivação ou prazer.

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O que a ciência diz sobre o hiperfoco

Ainda há muito a ser estudado sobre o hiperfoco, mas algumas hipóteses apontam que ele está relacionado a mecanismos de recompensa no cérebro e à liberação de neurotransmissores como a dopamina.

No caso do TDAH, por exemplo, a busca por estímulos recompensadores pode fazer com que a pessoa mantenha a atenção de forma intensa em algo que considera altamente interessante, enquanto tarefas menos estimulantes são evitadas.

Já no TEA, o hiperfoco pode estar ligado a padrões de interesse específicos e repetitivos, característicos do transtorno.

Mitos comuns sobre hiperfoco

  • “Só pessoas com TDAH têm hiperfoco” – Não é verdade. Ele é mais comum em alguns grupos, mas pode ocorrer em qualquer pessoa.
  • “Hiperfoco é sempre produtivo” – Embora possa gerar bons resultados, também pode causar prejuízos se não houver equilíbrio.
  • “Quem tem hiperfoco consegue escolher quando entrar nesse estado” – Muitas vezes, ele acontece de forma espontânea e é difícil de interromper ou controlar.

Como lidar com o hiperfoco

Para quem experimenta hiperfoco de forma recorrente, é importante desenvolver estratégias para aproveitá-lo de forma saudável:

  1. Estabelecer lembretes e alarmes para pausas, refeições e outras tarefas.
  2. Definir limites de tempo para atividades intensas.
  3. Intercalar períodos de concentração com momentos de descanso.
  4. Comunicar-se com pessoas próximas sobre essa característica, para que entendam quando for necessário interromper.

Essas práticas ajudam a aproveitar o potencial do hiperfoco sem negligenciar outras áreas da vida.

Compreender o que é e como ele funciona é o primeiro passo para identificar se o hiperfoco está trazendo benefícios ou dificuldades. A partir disso, é possível criar estratégias para equilibrar a concentração intensa com outras demandas do dia a dia, transformando-o em um aliado para produtividade e bem-estar.

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