Assim como qualquer outro tipo de terapia, a terapia psicopedagógica precisa mensurar dados daquele paciente, para avaliarmos se as evoluções das dificuldades apresentadas estão ocorrendo dentro do plano terapêutico de cada criança.
Antes de adentrarmos mais nessas métricas, suas definições e medições, vamos fazer uma breve contextualização sobre o trabalho psicopedagógico.
O trabalho psicopedagógico se inicia sempre com a etapa de avaliação diagnóstica, que busca identificar como está o desenvolvimento da criança de acordo com o esperado para a faixa etária. São avaliados aspectos cognitivos, sociais, pedagógicos, emocionais e comportamentais. A intervenção psicopedagógica é a etapa do trabalho que sucede a avaliação psicopedagógica. Ela é elaborada conforme resultados da avaliação realizada e precisa ter claro objetivos, metas e prazos para que sejam colhidos bons frutos.
Então, em posse do resultado da avaliação diagnóstica e do plano de intervenção elaborado a partir dela, o psicopedagogo conduz as sessões de intervenção para estimular as áreas que demandam desenvolvimento e aprimoramento. É importante ressaltar que a terapia psicopedagógica não se restringe ao trabalho em consultório do psicopedagogo com a criança. Na maioria das vezes, são compartilhados direcionamentos e estratégias com a família, escola e demais profissionais que estiverem envolvidos com o paciente. E para um resultado completo, é importante que todas as partes envolvidas trabalhem com afinco e dedicação, visando o desenvolvimento do paciente.
Mas como mensurar os progressos da terapia psicopedagógica?
Ao longo dos primeiros meses da terapia psicopedagógica já conseguimos avaliar resultados, na maioria das vezes ainda pequenos, mas as mudanças já precisam dar sinais. A medição destes progressos é, nesse momento, muito mais qualitativa, como o envolvimento do paciente com o trabalho ou dedicação frente às atividades direcionadas. Quantitativamente, conseguimos também avaliar alguns pontos, como o nível de desenvolvimento em um jogo por exemplo (aumento de score atingido ou alcance de novas fases) ou a fluência da leitura medindo a quantidade de palavras lidas por minuto, as métricas dependerão de cada caso.
Caso nenhum progresso esteja acontecendo, é importante mapear muito bem o que está ocorrendo e o que pode justificar este quadro. É papel do psicopedagogo ser o elo entre família e escola, a troca de informações e contatos frequentes com todos os envolvidos enriquece muito a condução do trabalho e a percepção sobre as oportunidades de melhoria no processo como um todo.
Formalmente, após 1 ano de terapia psicopedagógica, podemos reaplicar os testes que foram utilizados na avaliação psicopedagógica, esta é uma métrica quantitativa muito importante para medir os progressos ou a ausência deles com testes validados e parametrizados. Neste estágio da intervenção, são esperados importantes progressos e caso eles não ocorram é importante que a avaliação destas causas seja muito bem identificada. Após esta reavaliação, caso seja necessária a continuidade da intervenção psicopedagógica, um novo plano terapêutico deve ser elaborado, baseando-se nos últimos resultados avaliados.
Não é possível padronizar a duração de uma intervenção para todos os pacientes, pois cada criança/ adolescente tem suas demandas individuais e um tempo de desenvolvimento frente às suas dificuldades. Todo trabalho terapêutico é muito particular, é importante sempre estar muito atento às necessidades de ajustes de acordo com a melhor forma de aprender que funciona melhor para cada paciente!
Bom, é isso! Espero que estas informações acerca da terapia psicopedagógica tenham lhe ajudado de alguma forma. Um abraço e até o próximo tema!