Esta é uma pergunta muito comum que recebemos de pais e cuidadores em geral.
Antes de indicar quais são as diretrizes, vamos contextualizar aqui quem é o psicopedagogo e como é o seu trabalho.
O que o Psicopedagogo faz?
A Psicopedagogia é uma área que estuda a relação entre aprendizagem e a mente humana.
O trabalho do psicopedagogo, em um primeiro momento, consiste em avaliar o desenvolvimento das habilidades fundantes do paciente para aprendizagem nos aspectos cognitivos (ex.: raciocínio, atenção, concentração, memória), pedagógicos (ex.: nível de leitura, escrita, raciocínio matemático, noção espacial, geográfica) e afetivo social (ex.: motivação, relações interpessoais, vínculo com a aprendizagem).
O processo de aprendizagem está presente ao longo de toda nossa vida humana e, apesar do público mais comum nos atendimentos psicopedagógicos ser de crianças e adolescentes, o psicopedagogo também avalia e intervém em situações de dificuldades de aprendizagem em adultos.
A indicação de um acompanhamento psicopedagógico
Nós adultos, podemos acreditar que possuímos uma inaptidão inerente para os estudos ou para realizar determinadas atividades cotidianas. E quando isso ocorre geralmente podemos nos sentir inseguros, submissos e com baixa autoestima. Ao contrário do que pensam, já na vida adulta, esta dificuldade para aprender pode ser corrigida ou minimizada com o atendimento psicopedagógico.
Já quando se trata de crianças, a situação é um pouco diferente.
Os pequenos não conseguem identificar ou compreender com exatidão o objeto de seu descontentamento e, por isso, podem não se expressar como se sentem aos pais e/ou cuidadores através de palavras. Anormalidades em seu comportamento tendem a se refletir em seu desempenho escolar, hábitos incomuns e condutas atípicas.
Encontrar um psicopedagogo é ainda mais importante nesse cenário, pois a criança ainda tem uma longa trajetória acadêmica pela frente. O profissional vai investigar o porquê das dificuldades da criança, bem como identificar o melhor método de aprendizagem para o seu perfil.
Em boa parte das vezes, a indicação para que se procure um psicopedagogo e inicie uma investigação sobre as dificuldades escolares, vem das instituições de ensino e de outros profissionais que já podem estar acompanhando o paciente, como médicos, psicólogos, professores de reforço e fonoaudiólogos. É possível também, que os próprios pais percebam em casa tais dificuldades e tenham a iniciativa de buscar por este atendimento.
Assim, o acompanhamento de um psicopedagogo é indicado na infância quando:
● a criança apresenta dificuldades de aprendizagem ou de atenção;
● apresenta dificuldade com lógica, leitura ou escrita;
● não tem motivação de aprender novidades;
● não mostra interesse nos estudos mesmo quando outras abordagens são tomadas
● está em reforço/ acompanhamento escolar, mas não obtém progressos;
● dificuldade para pronunciar palavras;
● lentidão para adquirir vocabulário;
● dificuldade para seguir uma rotina e compreender instruções;
● hiperatividade;
● inversão de letras, sílabas ou palavras;
● caligrafia ilegível;
● lapsos de memória
● confusão com o som das palavras ou sílabas;
● possui diagnóstico de algum transtorno de aprendizagem: Dislexia, Disgrafia, Discalculia.
Na vida adulta, os problemas são bem parecidos:
● baixo desempenho no trabalho ou nos estudos;
● falta de motivação em aprender novas informações;
● problemas em entender conteúdos e interpretá-los;
● dificuldade com raciocínio lógico;
● falta de atenção e foco.
A recorrência desses impasses indica a necessidade de investigação da capacidade de aprendizagem da criança, adolescente ou adulto.
A primeira etapa do trabalho psicopedagógico é uma avaliação, que mapeia as principais potencialidades e dificuldades do paciente. Em seguida, são feitos os encaminhamentos e direcionamentos para que as dificuldades sejam superadas. Se necessária, será indicada a etapa de intervenção psicopedagógica, que visará desenvolver habilidades apresentadas em defasagem na etapa de avaliação.
O que sempre indicamos é que, na dúvida, sempre vale uma avaliação e investigação psicopedagógica frente às dificuldades que vem sendo apresentadas, para eliminar ou confirmar suspeitas e ter uma condução clara e assertiva da situação.