telas na infância

Quais os prejuízos do uso excessivo de telas na infância?

O uso de telas na infância é um tema que há tempos preocupa especialistas e causa dúvidas em muitos pais. Você já reparou quanto tempo seu filho ou filha passa no celular, tablet ou assistindo TV? O uso desse tipo de tecnologia traz muita praticidade para o dia a dia corrido, da maioria das famílias.

Mas, o uso em excesso de telas na infância, pode trazer malefícios à saúde dos pequenos e causar prejuízos importantes nas habilidades atencionais, cognitivas, de aprendizagem, na regulação do sono, no aumento da impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções.

Em 2019, a Sociedade Brasileira de Pediatria, publicou o Manual de Orientação #Menos Telas #Mais Saúde. Vamos conhecer algumas dessas recomendações que indicam limites para o uso de telas:

● Menores de 2 anos: evitar a exposição às telas, inclusive passivamente;

● Entre 2 e 5 anos: máximo de 1 hora por dia, sempre com a supervisão de pais e responsáveis;

● Entre 6 e 10 anos: máximo de 1 a 2 horas por dia, sempre com supervisão de pais e responsáveis;

● Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e se desconectar 1 a 2 horas antes de dormir;

● Oferecer atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão dos responsáveis;

● Estimular o uso das tecnologias em locais comuns da casa e não de forma isolada nos quartos;

● Criar regras saudáveis para o uso dos equipamentos e aplicativos digitais e aplicar senhas e filtros apropriados;

Quais são os perigos para a saúde do uso excessivo de telas na infância?

Apesar de os aparelhos eletrônicos se mostrarem aliados na correria do dia a dia pela distração que causam nas crianças, o uso de telas na infância sem moderação pode levá-las a uma série de problemas de saúde, alguns com potencial de impactá-las ao longo de toda a vida. 

Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os perigos para a saúde passam por alterações na saúde mental, ansiedade ou depressão, transtornos alimentares, de sono, problemas oculares, entre vários outros males. Vamos descrever alguns destes perigos:

Obesidade: crianças e adolescentes que brincam menos e passam mais tempo assistindo TV, jogando videogames ou em um computador são mais propensos a serem obesos e desenvolverem síndrome metabólica quando adultos. Estas condições aumentam o risco de doenças cardíacas e AVC.

Desenvolvimento cerebral: pesquisas apontam que a superexposição ao uso de telas na infância, no caso de crianças muito pequenas, pode causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções.

Chamada de distração passiva, as crianças acabam consumindo joguinhos e vídeos nas telas, o que prejudica o ato de brincar ativamente, atrapalhando o desenvolvimento cerebral e mental.

Problemas para dormir: as crianças que usam muitos aparelhos eletrônicos podem dormir menos para jogar ou ver vídeos. Além disso, a luz dos aparelhos pode despertar e fazer com que a criança perca o sono. Isso pode afetar o crescimento e o humor.

Problemas emocionais: o uso excessivo de telas na infância pode causar distúrbios emocionais como ansiedade, depressão e até agressividade. Na falta dos dispositivos eletrônicos, as crianças podem desenvolver uma condição chamada no-mobile, em que ela possui crises de ansiedade frente a falta do dispositivo, sendo necessário que se busque imediatamente o aparelho para que se tenha a redução do sofrimento.

O uso das telas na infância não tem nenhum benefício?

Embora tenhamos falado muito sobre os danos da utilização das telas na infância por meio de celulares ou tablets, tais dispositivos tecnológicos podem apresentar benefícios para o desenvolvimento cognitivo da criança, mas é preciso ter cuidado e dosar a exposição do seu filho aos aparelhos.

Alguns aplicativos e jogos são desenvolvidos especificamente para as crianças e podem incentivar pontos positivos atrelados ao desenvolvimento cognitivo, à imaginação e ao uso da linguagem. Os aparelhos interativos de mídia conseguem também apoiar o desenvolvimento de atividades cerebrais multitarefas, que é mais ativo e responde mais rápido às mudanças de diferentes estímulos.

É necessário que os pais ou responsáveis fiquem atentos com relação ao tempo de uso e os conteúdos acessados pelos filhos. É fundamental estabelecer limites e regras que vão reduzir os males causados pelos dispositivos eletrônicos, como não os utilizar durante as refeições, ter uma quantidade máxima de uso, horário para estudos e para dormir.

Sabemos o quanto é difícil tirar uma geração que já nasce digital de frente das telas, mas é muito importante reconhecer o comportamento dos seus filhos e tentar adotar medidas necessárias para amenizar esse problema.