O bullying é uma realidade complexa que pode causar impactos profundos no desenvolvimento emocional, social e até físico de uma criança. Muitas vezes silencioso, ele se manifesta por meio de agressões verbais, exclusões sociais, intimidações ou violências físicas. Pode ocorrer tanto em ambientes escolares quanto digitais, como redes sociais e jogos online.
Mas como saber se seu filho está enfrentando esse tipo de situação? Nem sempre é fácil identificar, já que muitas crianças não se sentem seguras ou confortáveis para contar. Por isso, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos aos sinais, mesmo os mais sutis.
A seguir, listamos comportamentos que podem indicar que a criança ou adolescente está passando por uma situação de bullying.
1. Mudanças no comportamento e no humor
Um dos primeiros sinais é a mudança repentina no comportamento. Uma criança antes falante e extrovertida pode se tornar mais quieta, retraída ou irritada. Em outros casos, o oposto também pode ocorrer, com a criança se tornando mais agressiva ou reativa do que o habitual.
Essas alterações costumam surgir sem uma causa aparente e indicam que algo não está bem. Embora mudanças comportamentais façam parte do crescimento, é importante observar se elas vêm acompanhadas de sofrimento emocional ou queda de rendimento em outras áreas da vida.
2. Dificuldades para ir à escola
Reclamar constantemente de ir à escola, apresentar sintomas físicos antes de sair de casa como dor de cabeça, dor de barriga ou náuseas, ou até mesmo insistir para não ir, são comportamentos que merecem atenção. Em muitos casos, esses sintomas são uma forma do corpo expressar o estresse emocional causado pela vivência do bullying.
Além disso, observe se há um medo desproporcional da escola, da hora do recreio ou de algum colega específico.
3. Queda no desempenho escolar
A dificuldade de concentração, a desmotivação para realizar tarefas escolares e a queda nas notas também podem estar ligadas ao bullying. Quando uma criança se sente constantemente ameaçada ou insegura, é natural que isso afete sua capacidade de aprendizado.
O medo de ser alvo de críticas ou chacotas pode fazer com que ela evite participar de atividades em grupo ou apresentações em sala de aula.
4. Isolamento social
A criança que sofre bullying pode evitar contato com colegas, recusar convites para festas ou não querer brincar com outras crianças como fazia antes. Isso pode ser um reflexo do medo de ser rejeitada, humilhada ou ferida.
O isolamento também pode acontecer dentro de casa. A criança se tranca no quarto com frequência, evita conversas e prefere ficar sozinha, mesmo em momentos familiares.

5. Baixa autoestima e falas negativas
Frases como “ninguém gosta de mim”, “sou feio”, “sou burro” ou “sou um problema” são sinais de alerta. Elas revelam uma autoimagem negativa, frequentemente construída a partir de críticas constantes, humilhações e exclusões.
O bullying atinge diretamente a autoestima da criança, fazendo com que ela duvide de seu valor e se sinta inferior aos outros.
6. Alterações no sono ou na alimentação
Dormir mal, ter pesadelos frequentes, apresentar insônia ou, ao contrário, dormir demais também podem estar ligados ao sofrimento emocional causado por situações de bullying.
Mudanças no apetite, como comer em excesso ou recusar alimentos, são outros sinais que não devem ser ignorados. O corpo e a mente da criança costumam responder de forma sensível aos eventos estressantes do cotidiano.
O que fazer se você suspeita que seu filho está sofrendo bullying?
A escuta é o primeiro passo. Crie um ambiente seguro para que a criança se sinta à vontade para falar. Evite julgar, interromper ou minimizar a dor que ela está sentindo.
Ao confirmar a suspeita, é importante agir com acolhimento e buscar apoio de profissionais da área da saúde emocional. Psicólogos infantis e psicopedagogos podem ajudar a criança a elaborar suas emoções, fortalecer sua autoestima e desenvolver estratégias para lidar com a situação.
Também é necessário entrar em contato com a escola, para que ela tome providências e garanta um ambiente seguro para todos os alunos. O enfrentamento ao bullying deve ser uma ação conjunta entre família, escola e profissionais de saúde.
Veja também: Sinais de ansiedade em adolescentes
Quando buscar ajuda profissional?
Se os sinais persistirem ou se intensificarem, mesmo com o apoio familiar e escolar, é fundamental buscar orientação especializada. Quanto mais cedo a criança for acolhida, maiores as chances de restaurar sua autoconfiança e prevenir consequências mais sérias, como quadros de ansiedade, depressão ou evasão escolar.
Sofrimento não deve ser normalizado. Todo comportamento tem uma causa, e compreender o que está por trás dele é um passo essencial para proteger o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
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